Texto Valéria del Cueto
Continuo por aqui, raptada por minhas primas e hospedada na casa de seus pais, meus tios. O carnaval passou, a Ilha do Marduque é bi-campeã, a vida está voltando ao normal e eu me divertindo horrores!
Da folia restam: a edição do Tribuna (que encontro por onde passo) com fotos da avenida e os anúncios das vendas do DVD do desfile (estes, ouço cada vez que transito na frente do Banco do Brasil, na esquina da praça, quando vou ao cybercafé onde estou organizando as meus registros carnavalescos.
No mais, é só diversão e reencontros, emocionantes e saudosos. Ah, registro que têm sido momentos perfeitos para tentar readquirir os quilos que perdi andando de baixo pra cima na pista da passarela do samba local com muita comida boa e, cá pra nós, isso não falta por aqui.
No momento, estou ” pra fora” com a Juca, fiscalizando os trabalhos do Nilson, seu marido, que rala enquanto a gente joga conversa fora. E olha que parece que nosso assunto não tem fim!
Chegamos ontem de tardinha, fotografei (pra variar) o por do sol, na noite degustamos um ótimo vinho e, agora, cá estou eu, aproveitando a manhazita enquanto minha parceira ainda dorme, pra escrever esta crônica, narrativa, coluna, (chame do que você quiser), na varanda. Enquanto isso, um cusco exibido saltita agitadíssimo a minha volta, tentando chamar a atenção.
O que, quem consegue fazer, é o barulho do vento, a passarada que faz a festa e um bando de caturritas tagarelas. Elas, conversam no alto das árvores em seus ninhos. Eles, são tantos que parecem condomínios pendurados no eucalipto que ladeia a casa principal.
Combinamos de acordar de madrugada pra ver a lida. Madrugada seria, tal a calmaria que reina e os indicadores do meu relógio biológico, se o celular que pega muito bem por aqui, não me avisasse que são quase 10 da manhã.
Que diferença faz, se tenho como anfitriã alguém tão pouco preocupada, como eu, com o diacho do tempo real? Se ele fosse relevante, certamente pesariam os muito anos que passei ausente, por exemplo.
E, quer saber? Até ele é relativo. Tanto pra mim, como para os vários e queridos amigos e parentes, que tenho encontrado ao longo da última semana. É como se o que nos separou fosse apenas uma temporada em que eu tivesse ido veranear no Rio de Janeiro.
Estou adorando esta sensação e agradeço às gurias e aos guris que me fazem sentir assim. Por isso, desejo a todos e não paro de repetir: Bom dia, Uruguaiana.
PS: Vale registrar os elogios que o carnaval local recebeu de vários integrantes da lista de discussão Rio-Carnaval, capitaneada por Felipe Ferreira. Sei que a movimentação para a próxima edição da festa já começou, o que mostra a seriedade e a motivação dos uruguaianenses. Trabalho sério e planejamento são ingredientes que farão a festa melhorar a cada ano.
Valéria del Cueto é jornalista, cineasta e gestora de carnaval
Material produzido para a série Sem Fim… no carnaval 2009
PS 2020 – Também incluído na série Fronteira Oeste do Sul