Mangueira carnaval 2019 desfile de segunda. A escola que vi

Texto e fotos de Valéria del Cueto

A verde e rosa foi a sexta escola a desfilar no Sambódromo da Marquês de Sapucaí, a Passarela do Samba Darcy Ribeiro, na segunda-feira, 04 de março de 2019.

O enredo do carnavalesco Leandro Vieira, ” Histórias pra ninar gente grande”, já vinha na boca do povo, embalado pelo samba de Deivid Domênico, Tomaz Miranda, Mama, Marcio Bola, Ronie Oliveira e Danilo Firmino, interpretado por Marquinho Art’Samba.

Falar da “história que a história não conta, o avesso do mesmo lugar” e ainda citar, entre outros personagens emblemáticos como Luis Gama, Luisa Mahin e Dandara, a vereadora carioca assassinada há um ano, Marielle Franco, era uma ousadia. O que dirá cantar “quem foi de aço nos anos de chumbo”…

A Mangueira se apresentou depois do Paraíso do Tuiuti,  vice-campeã de 2018 com um incrível desfile que surpreendeu e cativou o público no ano anterior.

Os registros começam na concentração quando a Viradouro se apresentava. Na armação do lado do Balança em direção a Central do Brasil. O foco principal é a primeira ala, a bateria da Mangueira, que fez 60 anos no dia anterior. Foi fundada no dia 3 de março de 1959 por Raimundo, Sinhozinho, Homero José dos Santos (Seu Tinguinha), Waldyr José Claudino, Zé Crioulinho e entre outros tradicionais mangueirenses.

Depois de descarregar o caminhão chegou a vez de afinar os instrumentos e prepará-los para serem distribuídos aos ritmistas. Trabalho comandado por José Campos e Gago com a participação de outros compenetrados auxiliares.

Os ritmistas começaram a se preparar, vestindo sua indumentária. Rapidamente foi composta a formação dos sacerdotes africanos. O nome da fantasia era “Sapiência Negra”. As cores das vestimentas, brancas com barras geométricas, com detalhes em vermelho e preto, misturado com o zebrado dos instrumentos proporcionou um contraste perfeito para as fotos.

Foi acompanhar a entrada dos ritmistas, comandados por Mestre Wesley e sua diretoria, e a rainha Evelyn Bastos, no Setor 1, a saudação aos torcedores, seguindo até o setor 3, e o posicionamento no primeiro recuo de bateria, o Espaço Jamelão, e já me adiantei.

Precisava me posicionar, ajoelhada ou sentada na linha de fotógrafos na pista, sem atrapalhar a visão das frisas e do segundo módulo de julgadores. Dalí fotografei a abertura do desfile da Estação Primeira para os jurados.

Fiz as apresentações da comissão de frente, criada pelos coreógrafos Rodrigo Negri e Priscila Motta, e do casal de mestre-sala e porta-bandeira, Matheus Olivério e Squel Jorgea, também na terceira cabine, na diagonal, do lado oposto da pista, procurando ângulos diferenciados.

De lá, segui com o casal até o encontro com o governador Wilson Witzel e sua comitiva, em frente ao camarote oficial do Estado do Rio de Janeiro.

Foi nessa área que registrei a passagem do abre-alas, dos setores e tripés e carros alegóricos enquanto a bateria não chegava no segundo recuo. Esperei que eles se posicionassem zanzando entre as alas e os principais segmentos da escola.

Meu objetivo, mais que mostrar as novidades e belezas da Sapucaí, foi tentar registrar as pessoas que colocaram o desfile na rua. Entre foliões e brincantes, procurei a cara da Mangueira. Aquela, que venceu tantos obstáculos esse ano e que estava ali, colocando o “bloco” na rua.

Como reconhece-los? Observação, sorte e a lembrança dos rostos que fotografei nos ensaios de quadra, de rua, de canto e, principalmente, de bateria. No Palácio do Samba, na Rua Nova e na Sapucaí!

Vi passar o segundo casal, Débora de Almeida e Renan Oliveira, o departamento feminino, as alas de compositores, passistas, musas, a velha guarda, baluartes… Perdi Nelson Sargento e Alcione, fora do meu alcance visual.

Não consegui chegar na torre de TV, ângulo perfeito para imagens gerais do desfile. Já sabia que era ela, ou o segundo recuo. Não havia tempo hábil de fazer os dois. Fiquei com os meninos da Mangueira e mergulhei no espaço destinado à bateria.

Com eles, passeando pelas últimas alas e aproveitando as imagens das bandeiras tremulando, segui até o final da pista. Ali fiz a foto dos ritmistas, Mestre Wesley e da rainha de bateria, Evelyn Bastos, na linha de final da pista.

Na dispersão a Apoteose linda, iluminada de verde e rosa! Apesar da iluminação fraca, o que vale é a emoção diante das arquibancadas populares que cantavam o samba e da alegria dos componentes, festejando a performance do grupo de ritmistas.

Mal sabíamos o que estava por vir nos envelopes abertos na quarta-feira de cinzas, bem ali, naquele mesmo espaço mítico.

Agora, o material de imagens do álbum do desfile de segunda, o que deu à Mangueira o campeonato 2019, está completo. São 450 fotografias.

Não acabou, é claro. O processo de preparação desse “carnaval fotográfico” foi longo. Faltam editar as fotos da entrega das fantasias da bateria, da preparação e montagem dos instrumentos (um presente que ganhei de José Campos e sua equipe esse ano) e, finalmente, a passagem dos componentes da Mangueira, no sábado, como a última escola a cruzar a Sapucaí no Desfile das Campeãs, posição ocupada pela vencedora do Grupo Especial.

Mas esse registro,  do sábado das Campeãs, já é uma outra história. Revela um outro tipo de brilho no olhar. O dos 40! Pontuação obtida por vários quesitos da escola do corpo de jurados. Aguarde…

Clique AQUI para acessar o ensaio fotográfico Mangueira campeã do carnaval 2019

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Ensaio fotográfico e registros no canal del Cueto, no youtube de (C)2019 Valéria del Cueto, all rights reserved
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Agradecimentos a Mestre Wesley, sua diretoria, os ritmistas da Bateria e os componentes da Gres Estação Primeira de Mangueira pelo carinho e o apoio ao trabalho.

O grupo Gres Estação Primeira de Mangueira, no FLICKR é o acesso para a coleção de registros da verde e rosa da fotógrafa. Curta nossa página no Facebook e faça sua inscrição no Canal del Cueto no Youtube, desde 2008 registrando momentos do carnaval carioca.

Quer ver o que tem por lá? Dá play. Agora são… 59 vídeos da verde e rosa. Passeie por essa história…

Aqui tem mais pra você:

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