Pelos ares

Texto e fotos de Valeria del Cueto*

Nada a observar sobre o transbordo em Brasília para o vôo com destino a Cuiabá além dos vidros azulados dos corredores do aeroporto da Capital Federal.

Foi como o pit stop de uma escuderia de ponta da fórmula 1. Só deu tempo de andar do portão 4 até o 6 e entreouvir pelo rádio do atendente da companhia aérea “só falta a Maria Cueto”. “Faltava”, informei para o diligente rapaz que, imediatamente, anunciou ao chefe dos comissários da aeronave: “embarque completo”.

Eficiência pensará você, caro leitor, talvez até emocionado, depois da cama feita pela fama dos percalços aeronáuticos do ano anterior. Não, companheiro, foi atraso mesmo, esclarecerei do alto de minha vasta experiência, adquirida cruzando os céus deste imenso Brasil.

O vôo do Rio chegou a Brasília 15  minutos depois do horário da partida da conexão para Cuiabá e esta aguardava a passageira que vos fala. Só eu vinha do Rio com destino a capital de Mato Grosso…

Sinceramente, nem me estressei. Afinal, atraso em/ou para Cuiabá, é barbada  em qualquer aposta sobre pontualidade. E, caso tivesse que pegar o próximo vôo, que saía às 10 e tanto da noite, aproveitaria para rever alguns amigos queridos de Brasília, dos tempo em que fiz a direção de produção do longa Federal, em 2006. Diante da performance excepcional da troca de aeronaves, esta hipótese super agradável ficou para uma próxima vez.

Quem sabe na viagem que farei à Cidade Maravilhosa para a 4º Edição Prêmio Plumas e Paetes, onde um “coletivo” formado no curso de Gestão de  Carnaval, da Estácio de Sá, distribui um troféu aos artífices da folia carioca.

Isso mesmo, o troféu que este ano homenageia o centenário de Cartola, é entregue a marceneiros, ferreiros, costureiras, aderecistas, bordadeiras, etc. distribuídos por 37 categorias que fazem do carnaval  do Rio de Janeiro um grande e único espetáculo de arte popular mundial.

Desnecessário dizer que este tem sido tema e mote das minhas pesquisas acadêmicas e das entrevistas que gravei para o programa da TV Universitária sobre Carnaval, o Estácio de Samba. Também me orgulho de fazer parte deste bonde, composto pelo José Antônio, o John Michael, o Izaaquis e seu atelie, a Glöria e muitos outros que buscam, com um árduo trabalho profissional, um lugar ao sol no mercado carnavalesco.

Sol me lembra céu e é no do centro oeste que encontro. Ele me saúda com um show de efeitos tão especiais quanto irresistíveis para a lente da minha câmera digital. Tudo a seu tempo, aprendi um dia…  

Agora, é inevitável, que venga Cuyabá!


*Valéria del Cueto é jornalista, cineasta e gestora de carnaval
Este artigo faz parte da série Parador Cuyabano do  Sem Fim…

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